Gestão de conflitos-parte1
Durante as Olímpiadas de 2016 realizadas no Rio de Janeiro, a dupla brasileira de saltos ornamentais sincronizados Giovanna Pedroso (17) e Ingrid Oliveira (20) brigaram entre si antes da última apresentação, motivadas pelo ciúme provocado por um determinado atleta.
O resultado foi que, numa apresentação totalmente “dessincronizada” causada por esse conflito emocional, elas terminaram em último lugar na competição.
Todos nós já tivemos de enfrentar relações difíceis com um cônjuge irritado, um comprador inflexível, um vendedor caprichoso e astuto, um adolescente insuportável e, na nossa empresa, com um chefe prepotente e intolerante ou um colega insensível, insolente e inflexível.
Nossas aspirações costumam ficar empacadas ou não dar em nada, consumindo nosso tempo, tirando-nos o sono e causando-nos úlcera.
Sob pressão, mesmo as pessoas simpáticas e sensatas podem transformar-se em indivíduos intratáveis.
- Como abordar uma pessoa que se recusa a escutar? Ou que tem um acesso de raiva a fim de que os outros façam exatamente o que ela quer?
- Como lidar com uma pessoa que o interrompe constantemente? Que insinua que você é irresponsável ou incompetente? Que tenta fazê-lo sentir-se culpado? Ou que o ameaça com consequências expressivas, caso você não ceda?
Muitas vezes, frustrados e aborrecidos com o comportamento da outra pessoa, nossas reações naturais são:
1. Alistar para a batalha, contra-atacar, resistir ou revidar
Se você “espelha” o comportamento do outro assumindo também uma posição radical e inflexível, dará uma justificativa para o comportamento insensato dele.
Essa sua reação natural não é uma solução, porque o provocará ainda mais e fará com que ele aumente a pressão. O fato é que com base na crença “olho por olho, dente por dente”, no fim todos estarão cegos e “banguelas”…
No entanto, talvez você prefira (para se ver livre dele):
2. Abandonar o campo de batalha, ceder, condescender, aceitar, “afinar”
O contrário de revidar é ceder. Você cede só para se ver livre daquela situação.
Essa é uma tática ainda pior porque você sairá perdendo, pois, “jogando a toalha”, você estará fora do jogo e ainda encoraja ou reforça a atitude dele, o que pode vir a perpetuar uma situação que desejava evitar ou um comportamento dele que você queria modificar.
Ou, talvez também, você ainda queira reagir mais fortemente para acabar de uma vez por todas com a situação.
3. Romper (“chutar o balde”)
A terceira reação, muito comum, é romper relações com a pessoa, qualquer que seja ela. Em certas ocasiões, o rompimento é até uma estratégia perfeitamente apropriada. É preferível terminar um relacionamento pessoal ou profissional a continuar sendo explorado ou envolvido em constantes brigas.
Na maioria das vezes, o rompimento é uma reação apressada, da qual nos arrependemos mais tarde. E, por isso, também não é uma solução adequada, porque partimos para uma briga destrutiva da qual todos saem perdendo, porque tanto o custo financeiro quanto emocional de um rompimento é geralmente alto: um cliente perdido, um recuo na carreira, um corte nas relações com o colega, uma família separada…
Então, como agir adequadamente nessas situações adversas?
Existem maneiras para impedir que as “rusgas” se tornem uma tragédia para nosso relacionamento.
É fácil acreditar que a intransigência, intolerância, os ataques, obstruções e truques fazem parte da natureza do outro e que não há nada que você possa fazer para mudar a atitude dele.
Mas você pode fazê-lo mudar de atitude, se conseguir lidar com as motivações dele seguindo um pequeno conjunto de regras simples.
Mostraremos algumas dessas regras no próximo texto (Parte 2), lembrando que uma das primeiras ações indicadas é trabalhar no sentido de controlar nossas reações naturais.
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