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Reverse mentoring em procurement

A nova chave da liderança moderna

O que é o reverse mentoring e por que ele está ganhando espaço nas áreas de compras

O conceito de reverse mentoring surgiu no final da década de 1990, quando Jack Welch, então CEO da General Electric, incentivou executivos seniores a aprenderem com profissionais mais jovens sobre o uso de tecnologias emergentes. Desde então, a prática tem evoluído para muito além do aspecto tecnológico, tornando-se um pilar da gestão do conhecimento e da transformação cultural nas empresas modernas.

No contexto de procurement, o reverse mentoring ganha uma dimensão estratégica. As gerações mais novas — nativas digitais, acostumadas com dados em tempo real e ferramentas colaborativas — trazem novas formas de pensar eficiência, inovação e sustentabilidade. Já os profissionais seniores oferecem a experiência, a leitura política e a visão sistêmica necessárias para navegar por cadeias de suprimentos complexas. Essa troca de perspectivas cria uma ponte entre tradição e inovação, transformando o modo como decisões de compras são tomadas.


Como o reverse mentoring impulsiona a inovação em procurement

A área de compras deixou de ser apenas um centro de custos. Hoje, ela atua como um motor de inovação, responsável por garantir que fornecedores contribuam com valor agregado, não apenas com preço competitivo. Nesse cenário, a prática do reverse mentoring funciona como um catalisador de novas ideias.

Profissionais mais jovens tendem a enxergar oportunidades em dados, plataformas digitais e novas métricas de desempenho. Por outro lado, executivos experientes conhecem as nuances de negociação e a gestão de risco. Quando esses mundos se encontram, surgem soluções mais robustas e inovadoras — desde o uso de inteligência artificial para spend analysis até o desenvolvimento de modelos colaborativos de supplier innovation.

Além disso, a colaboração entre gerações promove agilidade cultural, um dos maiores desafios em empresas com estruturas hierárquicas tradicionais. Ao estimular o aprendizado mútuo, líderes de compras conseguem acelerar projetos estratégicos e reduzir a resistência a novas tecnologias.


O papel do reverse mentoring na transformação digital do procurement

A transformação digital redefine o que significa ser eficiente em compras. Automação de processos, analytics e inteligência artificial estão alterando profundamente a forma como o setor opera. Porém, a verdadeira mudança não ocorre apenas com tecnologia — ela depende da mentalidade das pessoas que a utilizam.

O reverse mentoring atua como um instrumento de mudança de mindset. Jovens mentores ajudam executivos a compreender o potencial das ferramentas digitais e a aplicá-las de forma estratégica. Em contrapartida, os líderes compartilham seus conhecimentos sobre governança, compliance e estratégia de relacionamento com fornecedores.

Essa combinação gera um novo perfil de líder: mais adaptável, digitalmente fluente e orientado a dados, mas ainda conectado à essência da gestão de suprimentos. Quando o aprendizado entre gerações é bem implementado, o resultado é um time que fala a mesma língua, mas em diferentes níveis de profundidade.

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Benefícios organizacionais do reverse mentoring em compras

Empresas que adotam o reverse mentoring observam benefícios tangíveis tanto em performance quanto em clima organizacional. O primeiro deles é o engajamento intergeracional. Em vez de criar divisões entre “veteranos” e “novatos”, a prática promove colaboração e empatia.

Outro impacto direto ocorre na retenção de talentos. Jovens profissionais percebem que suas ideias têm valor e que podem influenciar decisões estratégicas. Já os líderes sentem-se atualizados e mais conectados às novas tendências de mercado. Essa simbiose fortalece a cultura organizacional e contribui para um ambiente de inovação contínua.

Além disso, o reverse mentoring melhora a comunicação entre áreas, já que o aprendizado mútuo estimula a escuta ativa e a valorização de diferentes pontos de vista. Para procurement, isso se traduz em uma atuação mais integrada com finanças, supply chain e sustentabilidade.


Como implementar um programa de reverse mentoring em procurement

Para que o reverse mentoring funcione, ele precisa ir além da boa vontade. É fundamental que a iniciativa seja estruturada, com objetivos claros e métricas de acompanhamento.

O primeiro passo é identificar as competências que se deseja desenvolver. Por exemplo: fluência digital, análise de dados, práticas ESG ou inovação em sourcing. Em seguida, é necessário selecionar mentores e mentorados com perfis complementares. A combinação ideal ocorre quando ambos têm o que ensinar e aprender.

Outro ponto essencial é a definição de um formato flexível, com encontros regulares, mas informais. A ideia é criar um ambiente de confiança, onde perguntas e trocas fluam naturalmente. Além disso, o RH e a liderança de procurement devem acompanhar o progresso e documentar os aprendizados para disseminar boas práticas em toda a organização.

Por fim, é importante celebrar os resultados, destacando cases de sucesso e reconhecendo o esforço dos participantes. Isso estimula a continuidade e amplia o impacto da iniciativa.


Erros comuns ao aplicar o reverse mentoring em compras

Apesar dos benefícios, muitas empresas cometem erros ao tentar implantar o reverse mentoring. O mais comum é tratar o programa como uma ação de RH isolada, sem ligação com os objetivos estratégicos da área. Quando isso acontece, o aprendizado perde relevância e vira apenas mais uma “iniciativa de engajamento”.

Outro equívoco frequente é subestimar o papel do mentor jovem. É preciso garantir que esses profissionais sejam capacitados para conduzir conversas e oferecer feedback de forma construtiva. Sem essa preparação, o processo pode se tornar desequilibrado.

Também é fundamental evitar o excesso de formalidade. O reverse mentoring não deve seguir o mesmo modelo de mentorias tradicionais. Ele precisa de leveza, curiosidade e abertura. O foco está no aprendizado mútuo, não na hierarquia.


O impacto do aprendizado entre gerações na estratégia de fornecedores

O relacionamento com fornecedores é um dos maiores beneficiários do reverse mentoring. Líderes mais experientes tendem a priorizar a confiabilidade e o histórico nas relações de longo prazo, enquanto os profissionais mais jovens valorizam inovação e agilidade. A troca entre esses perfis ajuda a equilibrar prudência e ousadia.

Além disso, o aprendizado entre gerações estimula a diversidade de pensamento nas decisões de sourcing. Empresas passam a considerar critérios mais amplos — como impacto ambiental, inclusão e transparência — ao escolher parceiros estratégicos. Esse tipo de mentalidade eleva a maturidade de procurement e alinha a área com as demandas ESG do mercado global.

O resultado é uma cadeia de suprimentos mais resiliente, colaborativa e sustentável, capaz de gerar vantagem competitiva de longo prazo.


Como medir o sucesso do reverse mentoring em procurement

Avaliar o impacto do reverse mentoring requer indicadores qualitativos e quantitativos. Um bom ponto de partida é medir a evolução das competências dos participantes — por exemplo, habilidades digitais ou de gestão de mudança.

Outro indicador relevante é o nível de engajamento entre as gerações. Pesquisas internas e feedbacks podem mostrar se a comunicação entre líderes e jovens talentos melhorou. Além disso, pode-se observar o reflexo em projetos estratégicos: aumento de iniciativas digitais, ganho de produtividade, ou maior colaboração entre áreas.

A médio prazo, o sucesso se manifesta na cultura organizacional. Quando o reverse mentoring é absorvido como prática natural, a empresa passa a aprender continuamente, reduzindo a distância entre gerações e fortalecendo sua capacidade de adaptação.


O futuro do reverse mentoring em procurement

O avanço da inteligência artificial, automação e sustentabilidade continuará redefinindo o papel de compras nas empresas. Nesse cenário, a capacidade de aprender rapidamente com diferentes gerações será uma vantagem competitiva.

O reverse mentoring deixa de ser apenas uma tendência de RH e se torna uma estratégia de liderança corporativa. As organizações que dominarem esse processo conseguirão acelerar a inovação, aumentar a eficiência e criar equipes mais coesas.

Mais do que uma prática de aprendizado, o reverse mentoring representa um novo modelo de cultura: colaborativa, aberta e voltada para o futuro.


Conclusão: a liderança do futuro será intergeracional

O reverse mentoring em procurement não é uma moda passageira. É uma resposta prática à complexidade crescente do ambiente corporativo. Ao unir experiência e inovação, as empresas constroem equipes mais resilientes, capazes de antecipar mudanças e gerar valor sustentável.

Os líderes que adotarem o aprendizado entre gerações estarão melhor preparados para enfrentar os desafios da transformação digital e da pressão por resultados. Afinal, o futuro das compras não será feito por uma geração — será cocriado por todas.


Leituras complementares


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