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Nokia x Ericsson: A lição que todo Comprador precisa saber

🔍 Introdução: Um erro bilionário que ainda se repete no Supply Chain

Em março de 2000, um evento aparentemente isolado — um simples raio — mudou completamente o rumo de duas gigantes da tecnologia: Nokia e Ericsson.

O que parecia ser uma ocorrência pontual revelou uma das maiores falhas que ainda assolam empresas no mundo todo: a falta de gestão eficiente de riscos na cadeia de suprimentos.

Se você é comprador, gerente, analista ou diretor de suprimentos, essa história tem uma lição crucial para sua carreira e para os resultados da sua empresa.

Spoiler: Quem não domina riscos, vê a margem evaporar… ou pior, perde mercado.


⚠️ O caso real: O incêndio que mudou tudo

Em março de 2000, um raio atingiu uma fábrica da Philips em Albuquerque, Novo México, provocando um incêndio que contaminou toda a linha de produção de chips.

Esse microchip era um componente crítico usado tanto pela Nokia quanto pela Ericsson.

🚨 O problema:

  • 🔥 Fábrica parada por semanas.

  • 🚚 Ruptura no fornecimento de chips.

  • 🏭 Dependência total da Philips como único fornecedor.


📊 Reação das empresas: Nokia vs. Ericsson

Nokia: ágil, estratégica, prevenida

  • Ação imediata: Equipe de suprimentos da Nokia ativou rapidamente outros fornecedores.

  • Redesign: Alterou projetos dos celulares para aceitar chips alternativos.

  • Negociação: Garantiu prioridade na fila da Philips.

  • Visão: Atuou diretamente com fornecedores de 2º e 3º nível.

🟢 Resultado:

  • A Nokia aumentou seu lucro em 42% naquele ano.

  • Ampliou participação de mercado.

  • Reforçou sua reputação como líder em supply chain.


Ericsson: Passiva, lenta, reativa

  • Confiou na promessa da Philips: achou que o problema seria resolvido em poucos dias.

  • Sem plano B: não ativou fornecedores alternativos.

  • Falta de visibilidade: não monitorava riscos na cadeia estendida.

🔴 Resultado:

  • Perdeu mais de US$ 400 milhões.

  • Saiu do mercado de celulares em menos de 18 meses.

Continua…

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💥 O verdadeiro vilão: Gestão de riscos inexistente

📉 5 grandes erros de Ericsson:

  1. Dependência de fornecedor único.
  2. Ausência de planos de contingência.
  3. Falta de monitoramento da cadeia estendida.
  4. Confiança excessiva em prazos informais do fornecedor.
  5. Cultura corporativa lenta para reagir a emergências.

🔗 Strand Commonality: A solução que poderia ter mudado tudo

“Strand Commonality” não prevê desastres. Ela revela padrões ocultos que tornam sua resposta mais rápida, inteligente e estratégica.”

🧠 O que é?

Uma metodologia que identifica conexões invisíveis e padrões entre eventos passados e riscos atuais na cadeia de suprimentos.

🔍 Exemplos de padrões:

  • Incêndios em salas limpas (ocorrem mais do que você imagina).

  • Dependência geográfica (fábricas concentradas em uma mesma região).

  • Fornecedores críticos compartilhados por diferentes indústrias.

  • Erros recorrentes de subestimativa de prazos de recuperação.

📈 Se Ericsson aplicasse essa abordagem:

  • Teria detectado que já houveram eventos similares em outras indústrias (Kobe, Taiwan, Toyota).

  • Teria visto que um incêndio em cleanrooms leva a paradas longas, não dias.

  • Teria ativado um plano de contingência em menos de 48h.


🔑 5 Lições práticas para Compradores e suprimentos

1️⃣ Nunca dependa de fornecedor único

  • Implante programas de dual sourcing.

  • Avalie riscos financeiros, geográficos e operacionais.


2️⃣ Mapeie sua cadeia estendida (Tier 2, Tier 3 e além)

  • Ferramentas de Supply Chain Visibility são obrigatórias.

  • Saiba exatamente onde estão os gargalos escondidos.


3️⃣ Implemente modelos preditivos de risco

  • Use dados históricos, clima, geopolítica e desempenho de fornecedores.

  • Aplique IA, machine learning ou pelo menos BI estruturado.


4️⃣ Tenha planos de contingência validados e testados

  • Simule cenários como:

    • 🔥 Incêndios

    • 🚫 Quebra de fornecedores

    • ⚙️ Falhas na produção

    • 🌎 Crises globais (logística, pandemias, guerras)


5️⃣ Desenvolva design de produto flexível

  • Produtos com arquitetura modular absorvem melhor mudanças de componentes.

  • A Nokia redesenhou seus celulares em dias, você consegue fazer isso?


🚀 Check-List de gestão de riscos para Supply Chain moderno

Ação Status
🔍 Mapeamento de fornecedores críticos ❌ Em andamento
🌎 Análise de riscos geográficos ❌ Pendente
🏭 Visibilidade da cadeia até Tier 3 ❌ Parcial
🛠️ Planos de contingência validados ❌ Não iniciado
🔗 Programas de múltiplos fornecedores ❌ Incompleto
📈 Monitoramento preditivo ativo ❌ Sem dados

🚩 Se você marcou 3 ou mais pendentes, sua empresa está no risco da Ericsson.


🏆 Empresas que aplicam gestão de riscos hoje são mais lucrativas

Estudos da McKinsey mostram que empresas com supply chain resiliente:

  • Aumentam lucro em até 23% na média.

  • Reduzem perdas em eventos críticos em mais de 45%.

  • Mantêm a satisfação de clientes mesmo em cenários adversos.


💡 Reflexão final:

Se a sua cadeia de suprimentos enfrentar um incêndio, uma crise logística ou um bloqueio inesperado…

👉 Sua empresa será Nokia ou Ericsson?

A gestão de riscos não é custo. É seguro de continuidade e diferencial competitivo.


🚀 Conclusão: O que fazer agora?

  • ✅ Revise sua dependência de fornecedores críticos.

  • ✅ Implante visibilidade da cadeia além do Tier 1.

  • ✅ Crie planos de contingência para cenários críticos.

  • ✅ Invista em análise de dados e monitoramento preditivo.

  • ✅ Transforme gestão de riscos em vantagem competitiva.


Leituras complementares


💬 Agora me conta:

 Comente aqui embaixo: quais são os maiores desafios de eficiência na sua rotina de compras?

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