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Formação de times de alta performance em procurement

A área de Procurement deixou de ser apenas um setor operacional dentro das empresas. Hoje, ela é peça-chave na estratégia corporativa, impactando diretamente resultados financeiros, cadeia de valor e competitividade. Contudo, para que esse potencial se concretize, é indispensável contar com times de alta performance, capazes de entregar resultados consistentes, liderar transformações e agregar valor em cada etapa do processo de compras e suprimentos.

Formar uma equipe de alta performance não se trata apenas de contratar talentos com bom currículo, mas de construir uma cultura, processos e mentalidade orientada à excelência. Neste artigo, vamos explorar em profundidade como estruturar, desenvolver e escalar times de alta performance em procurement, com base em experiências de mercado, modelos comprovados e boas práticas.


Entendendo o que define um time de alta performance

Inicialmente, é preciso esclarecer o que, de fato, caracteriza um time de alta performance. Não é apenas sobre bater metas ou ser produtivo. Estamos falando de equipes que atuam com autonomia, proatividade, foco em resultados e colaboração contínua. Esses grupos possuem alinhamento estratégico com os objetivos da empresa e agem com senso de dono, buscando sempre formas de otimizar processos e gerar valor sustentável.

Ao contrário de times convencionais, esses profissionais não apenas executam tarefas. Eles identificam oportunidades, analisam riscos e sugerem soluções com base em dados, antecipando cenários e tomando decisões alinhadas com os objetivos macro da organização. Para isso, o desenvolvimento técnico e comportamental precisa caminhar lado a lado.


Competências essenciais no procurement moderno

Além de habilidades técnicas, como negociação, análise de TCO (Total Cost of Ownership) e gestão de contratos, o profissional de compras de alta performance precisa dominar soft skills como comunicação estratégica, pensamento analítico, resolução de conflitos e capacidade de influenciar stakeholders internos e externos.

Por exemplo, em um cenário de global sourcing, a habilidade de lidar com culturas diferentes, fusos horários e legislações distintas é fundamental. Adicionalmente, competências como inteligência emocional, visão de negócios e agilidade de aprendizagem são determinantes para manter o ritmo de inovação necessário à área.


Estrutura organizacional e papéis bem definidos

Apesar do talento individual ser importante, a estrutura do time tem impacto direto na performance. Uma equipe bem organizada, com papéis e responsabilidades claramente definidos, promove maior accountability e reduz retrabalhos. Modelos como Centers of Excellence (CoEs) ou squads multidisciplinares têm se mostrado eficientes na estruturação de times modernos em procurement.

De modo semelhante, a clareza sobre quem são os business partners, os responsáveis por categorias estratégicas e os especialistas em compliance ajuda a melhorar a fluidez entre as áreas e garante que o time atue com sinergia e foco nas prioridades certas.

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Cultura orientada a resultados e inovação contínua

Outro fator determinante é a cultura da área. Equipes de alta performance compartilham valores como meritocracia, aprendizado contínuo e foco no cliente interno. Incentivar a experimentação e tolerar o erro controlado também são atitudes que estimulam a criatividade e criam um ambiente mais inovador.

Em vez de seguir sempre os mesmos processos, essas equipes estão em constante evolução, revisando práticas, automatizando tarefas repetitivas e buscando alternativas mais eficientes. Investir em tecnologia é parte do processo, mas sem uma cultura forte, as ferramentas não trazem resultados consistentes.


Liderança inspiradora e accountability

Independentemente da senioridade da equipe, a liderança é um fator-chave para atingir alta performance. Líderes devem atuar como mentores, facilitadores e estrategistas, fornecendo clareza, removendo obstáculos e inspirando os profissionais a se superarem continuamente.

Diferente de gestores autoritários, o líder de procurement de alta performance adota uma postura servidora, estimula a autonomia e exige accountability. Ele define metas desafiadoras, acompanha os indicadores com proximidade e celebra conquistas junto com o time. Esse estilo de liderança promove engajamento e acelera o amadurecimento dos profissionais.


Indicadores que medem a alta performance em compras

Não basta montar um time com bons profissionais, é necessário mensurar sua performance com precisão. Indicadores como Saving Real vs. Saving Potencial, Lead Time de compra, Compliance com políticas internas, Satisfação do cliente interno e índice de digitalização ajudam a ter uma visão ampla do desempenho.

Além disso, adotar metodologias como Balanced Scorecard (BSC) ou OKRs (Objectives and Key Results) auxilia na conexão entre metas individuais e objetivos estratégicos. Times de alta performance não apenas sabem o que precisam alcançar, mas também entendem o impacto real do seu trabalho no negócio como um todo.


Desenvolvimento contínuo e capacitação estratégica

Para manter o nível de performance, é essencial investir em capacitação contínua. A formação técnica precisa ser atualizada com frequência, incluindo temas como e-procurement, ESG, gestão de categorias, além de treinamentos comportamentais e de liderança.

Formatos híbridos, como learning on the job, treinamentos in company e programas de mentoring, têm mostrado alta efetividade. Também é interessante incentivar a participação em eventos, fóruns e certificações como CPSM, CIPS ou PMP, que ampliam a visão de mercado e trazem novas perspectivas para o time.


Tecnologia como alavanca da performance

Com a transformação digital acelerando todos os setores, a área de compras precisa aproveitar o potencial das tecnologias para se posicionar de forma estratégica. Ferramentas como RPA (Automação de Processos Robóticos), análise preditiva, machine learning e plataformas colaborativas podem elevar drasticamente o nível de entrega da equipe.

No entanto, a tecnologia só é eficaz se for bem integrada à rotina do time. O foco deve ser eliminar atividades operacionais, liberar tempo para a atuação analítica e permitir que o time se concentre nas tarefas com maior valor agregado. Em outras palavras, tecnologia é meio, e não fim.


Gestão da diversidade e inclusão como fator competitivo

Equipes diversas, com diferentes experiências, formações e visões de mundo, costumam ter uma capacidade maior de inovação e resolução de problemas complexos. No contexto de procurement, a diversidade cognitiva impulsiona melhores decisões, principalmente em negociações e gestão de riscos.

Construir um time de alta performance passa também por garantir um ambiente inclusivo, onde todos se sintam seguros para contribuir, questionar e propor melhorias. Isso gera engajamento genuíno e fortalece o espírito de equipe.


Conclusão: alta performance é uma construção estratégica

Times de alta performance em procurement não surgem do acaso. Eles são resultado de decisões estratégicas, liderança consciente e investimentos contínuos. Para construir essa excelência, é preciso integrar competências, processos, pessoas e tecnologia de forma harmônica.

Empresas que desejam transformar a área de compras em um verdadeiro diferencial competitivo devem iniciar hoje o processo de transformação — repensando a estrutura, apostando no desenvolvimento humano e conectando o propósito da equipe aos objetivos da organização.


Leituras complementares


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