Como construir um portfólio profissional em Procurement
Por que o portfólio é o novo currículo no procurement
Nos últimos anos, o mercado de compras e suprimentos passou por uma transformação silenciosa, mas profunda. Se antes o que definia a credibilidade de um profissional era o cargo no LinkedIn ou a experiência em grandes empresas, hoje o destaque vem da capacidade de demonstrar resultados concretos. É nesse contexto que o portfólio profissional em Procurement ganha protagonismo. Ele se tornou o novo cartão de visitas — uma ferramenta que revela não só o que você fez, mas como você pensa e quais resultados entregou.
A principal diferença entre um currículo e um portfólio está na profundidade das evidências. Enquanto o primeiro lista funções e períodos, o segundo prova competências. Um bom portfólio mostra estratégias de negociação, projetos de redução de custos, cases de sustentabilidade, indicadores de desempenho e até inovações em supply chain. Isso oferece ao recrutador uma visão tangível de como o profissional atua na prática, tornando o processo de decisão muito mais assertivo.
O primeiro passo: definir seu posicionamento profissional
Antes de abrir um arquivo em branco e começar a listar projetos, é essencial definir quem você é dentro do universo do Procurement. Muitos profissionais se perdem tentando incluir tudo o que já fizeram, mas um portfólio eficaz começa com clareza de propósito. Pergunte-se: Qual é o foco da minha atuação? Você é mais estratégico ou operacional? Tem perfil analítico, técnico ou de liderança?
Esse direcionamento determinará quais projetos incluir e como apresentá-los. Por exemplo, se você é um gerente de compras estratégicas, o destaque deve estar em projetos de savings, gestão de categorias, planejamento de sourcing e desenvolvimento de fornecedores. Já para um analista de Procurement, vale ressaltar métricas de performance, domínio de ferramentas digitais, e participação em melhorias de processo.
Definir o posicionamento também ajuda na consistência narrativa. O portfólio precisa contar uma história coerente, onde cada projeto reforça sua especialização e fortalece sua imagem como especialista em determinada área do Supply Chain.
Como escolher os projetos certos para incluir
A qualidade do seu portfólio depende diretamente da curadoria dos projetos. Incluir tudo é um erro comum, pois dilui o impacto e confunde quem o analisa. O ideal é selecionar entre cinco e oito cases relevantes, equilibrando complexidade, inovação e resultado.
Priorize projetos que tenham impacto mensurável. Por exemplo: “Reduzi em 18% o custo total da categoria de embalagens ao renegociar contratos com fornecedores locais e implementar um modelo de leilão reverso digital.” Esse tipo de dado dá credibilidade e diferencia sua entrega.
Além disso, procure incluir diversidade de temas, como sustentabilidade, digitalização, relacionamento com fornecedores e governança. Isso mostra amplitude de visão e capacidade de adaptação a diferentes contextos de negócio.
Por fim, lembre-se: o portfólio deve refletir o profissional que você quer ser, não apenas o que já foi. Incluir projetos alinhados com o tipo de posição que você busca é uma forma estratégica de direcionar sua trajetória futura.
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