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Co-criação com fornecedores

Hackathons e inovação aberta

A área de compras e suprimentos evoluiu drasticamente nas últimas décadas. De um setor focado apenas na negociação de preços e prazos, passamos a enxergar os fornecedores como parceiros estratégicos. Em meio a essa transformação, surge uma abordagem inovadora: a co-criação com fornecedores, impulsionada por métodos como hackathons e inovação aberta.

Neste artigo, vamos explorar como essa prática está moldando o futuro da cadeia de suprimentos e por que líderes da área devem adotá-la o quanto antes.


O que significa co-criação com fornecedores?

Diferentemente da tradicional relação cliente-fornecedor, a co-criação propõe uma troca ativa de conhecimento. Fornecedores deixam de ser apenas executores de demandas e passam a contribuir com ideias, tecnologias e até modelos de negócio. Essa abordagem permite desenvolver soluções personalizadas, acelerar processos e gerar vantagens competitivas sustentáveis.

Em vez de impor especificações, a empresa abre espaço para que o parceiro participe desde o início da concepção da solução. Isso gera maior engajamento, alinha expectativas e reduz retrabalhos futuros.


Por que a inovação aberta é essencial para suprimentos?

A inovação aberta, conceito popularizado por Henry Chesbrough, defende que empresas devem buscar conhecimento além dos limites da organização. No contexto de suprimentos, isso significa ampliar o olhar para fora do departamento, integrando fornecedores ao processo de desenvolvimento de produtos, serviços e melhorias operacionais.

Com o mercado cada vez mais dinâmico, é inviável depender apenas de P&D interno. As empresas que conseguem integrar rapidamente tecnologias externas e adaptá-las ao seu contexto saem na frente. Nesse cenário, o fornecedor pode ser uma fonte riquíssima de inovação.


Como os hackathons se aplicam à área de compras?

Hackathons são maratonas de inovação onde times multidisciplinares se reúnem por um período curto para resolver um desafio específico. Embora muito comuns no setor de tecnologia, eles vêm ganhando espaço em áreas como compras e supply chain.

Empresas que promovem hackathons com seus fornecedores costumam trazer resultados surpreendentes. Problemas crônicos de eficiência, sustentabilidade ou logística encontram soluções criativas em apenas alguns dias. Além disso, esse tipo de evento aumenta a colaboração e fortalece os vínculos entre as partes.


Quais são os benefícios concretos da co-criação?

Ao adotar a co-criação, as organizações ampliam sua capacidade de inovar. Fornecedores trazem experiências adquiridas em outros mercados e setores, promovendo o cruzamento de ideias. Isso facilita o surgimento de soluções não convencionais.

Outro ganho está na agilidade. Quando o fornecedor participa desde o início, o tempo de desenvolvimento diminui, pois ele já compreende o contexto e as necessidades. Além disso, a relação se torna mais transparente, o que melhora a comunicação e reduz conflitos.


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Como estruturar um programa de inovação com fornecedores?

Antes de iniciar, é fundamental alinhar os objetivos. A empresa precisa deixar claro que busca mais do que melhorias pontuais; quer parceiros para criar soluções transformadoras. Em seguida, é necessário definir critérios de seleção. Nem todo fornecedor estará pronto ou disposto a participar.

Depois, deve-se estruturar o processo. Isso pode incluir workshops colaborativos, laboratórios de inovação, hackathons ou até parcerias com startups ligadas aos fornecedores. O importante é garantir um ambiente seguro para experimentação, com liberdade para testar, errar e aprender.


O papel da liderança na cultura de co-criação

Nenhuma iniciativa de co-criação prospera sem o apoio da alta liderança. É preciso que os gestores de compras e suprimentos compreendam a importância estratégica desse movimento e incentivem suas equipes a atuar de forma mais colaborativa.

Além disso, o exemplo da liderança tem papel fundamental. Quando diretores participam dos hackathons, valorizam ideias dos parceiros e compartilham resultados, transmitem uma mensagem poderosa: a inovação não é responsabilidade de um único setor, mas sim de toda a cadeia.


Barreiras comuns e como superá-las

Apesar de todos os benefícios, implementar co-criação com fornecedores não é tarefa simples. Um dos principais entraves está na mentalidade. Muitos profissionais de compras ainda enxergam o fornecedor como uma ameaça, e não como um aliado.

Para vencer essa resistência, é necessário investir em capacitação e comunicação. Mostrar casos de sucesso, envolver os fornecedores em etapas menores antes de escalar e construir confiança gradualmente pode ajudar nesse processo de transição.


Exemplos reais de sucesso

Diversas empresas já colhem frutos dessa abordagem. A Nestlé, por exemplo, realizou hackathons com fornecedores de embalagens para reduzir o uso de plásticos e conseguiu desenvolver soluções mais sustentáveis e econômicas. Já a Unilever estabeleceu parcerias com startups fornecedoras para criar novos produtos em tempo recorde, ganhando vantagem competitiva no mercado.

Esses exemplos mostram que a co-criação é mais do que uma tendência: é uma estratégia concreta que impacta diretamente os resultados do negócio.


Métricas e avaliação de impacto

Como qualquer iniciativa estratégica, programas de co-criação devem ser acompanhados por métricas claras. Entre os indicadores mais comuns estão: tempo de desenvolvimento de soluções, número de ideias implementadas, impacto financeiro das inovações e nível de engajamento dos fornecedores.

Monitorar esses dados permite ajustar o programa continuamente, garantir ROI e mostrar para a diretoria que se trata de um investimento inteligente e necessário.


Futuro da área de suprimentos: colaboração radical

O futuro do supply chain será cada vez mais interconectado. Com a digitalização e a aceleração das mudanças, as empresas que se mantêm fechadas em seus próprios processos correm o risco de ficar para trás. Aquelas que conseguem integrar ecossistemas e explorar as inteligências externas, especialmente dos seus fornecedores, estarão mais preparadas para lidar com a complexidade e a velocidade do mercado.

Portanto, pensar em co-criação não é mais uma escolha: é uma questão de sobrevivência competitiva.


Conclusão: por onde começar?

Se você é gerente, analista ou diretor de compras e quer iniciar um processo de co-criação com seus fornecedores, o primeiro passo é mudar a mentalidade. Deixe de lado a visão tradicional de controle e adote uma postura de parceria.

Depois, comece pequeno. Escolha um desafio específico, convide alguns fornecedores estratégicos e crie um ambiente colaborativo. Use ferramentas de ideação, incentive o pensamento criativo e celebre os resultados, mesmo que sejam parciais.

A co-criação não é uma moda passageira. É uma evolução natural da gestão de suprimentos. E quanto antes sua empresa embarcar nesse movimento, maiores serão as chances de sair na frente.


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