Métricas de performance em compras estratégicas
Introdução
Durante muitos anos, a área de compras foi avaliada quase exclusivamente por métricas financeiras básicas, como redução de custos, savings negociados e cumprimento de orçamento. Embora esses indicadores ainda sejam relevantes, eles não conseguem mais refletir o verdadeiro valor que compras e suprimentos geram para a organização. Em um cenário marcado por volatilidade, pressão por sustentabilidade, transformação digital e necessidade de inovação contínua, medir apenas preço é uma visão limitada e, em muitos casos, perigosa.
Gerentes, analistas, especialistas e diretores de compras enfrentam hoje um desafio claro: como criar métricas de performance que traduzam impacto estratégico, eficiência operacional, contribuição para ESG e estímulo à inovação, sem perder objetividade e governança? A resposta passa por uma mudança profunda na forma como os indicadores são desenhados, acompanhados e utilizados na tomada de decisão.
Este artigo apresenta uma abordagem prática e estratégica para criar métricas de performance em compras que realmente refletem valor, alinhadas ao negócio e reconhecidas pela alta liderança. Ao longo do conteúdo, você verá como evoluir dos KPIs tradicionais para indicadores mais inteligentes, integrados e orientados a impacto.
O problema das métricas tradicionais em compras
Grande parte das áreas de compras ainda opera com indicadores herdados de modelos antigos de gestão. Métricas como savings anual, redução percentual de custos ou variação de preço médio são fáceis de calcular e comunicar, porém deixam de fora fatores críticos que influenciam diretamente o resultado do negócio.
Quando a performance é medida apenas por economia financeira, surgem distorções importantes. Compradores podem priorizar fornecedores mais baratos em detrimento da qualidade, do prazo ou da sustentabilidade. Projetos estratégicos acabam sendo adiados porque não geram savings imediatos. Além disso, a área passa a ser vista como operacional, e não como parceira do negócio.
Outro ponto sensível está na desconexão entre indicadores de compras e os objetivos corporativos. Muitas organizações têm metas claras de crescimento, inovação, ESG e eficiência, mas os KPIs de compras não refletem essas prioridades. Como resultado, a área trabalha muito, entrega resultados relevantes, mas não consegue demonstrar valor de forma estruturada.
CONTINUA….
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