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Cenários futuros em procurement

Entendendo o cenário atual do procurement

Antes de projetar o futuro, é essencial analisar o presente. O setor de compras e suprimentos vive um momento de transformação acelerada, impulsionado pela digitalização, novas demandas regulatórias e uma pressão constante por maior eficiência. Nesse contexto, a função de procurement vai além da simples negociação de preços: ela se torna estratégica, influenciando diretamente os resultados financeiros e operacionais das empresas.

Além disso, a pandemia de COVID-19 mostrou que as cadeias de suprimentos são vulneráveis e precisam ser resilientes. Empresas que dependiam de poucos fornecedores ou que não possuíam planejamento estratégico em compras sofreram mais interrupções. Isso despertou a atenção da alta liderança para o papel fundamental do procurement.

Tendências que moldarão o futuro do procurement

Por outro lado, diversas tendências já estão impactando a forma como compras e suprimentos operam. A primeira delas é o uso crescente da inteligência artificial e automação de processos, que permite análise preditiva e decisões mais rápidas. Além disso, há um movimento forte em direção à sustentabilidade e ESG, o que obriga os profissionais da área a reavaliar suas práticas e fornecedores.

Adicionalmente, a globalização das cadeias de suprimentos exige habilidades diferentes, como gestão de riscos geopolíticos, flutuações cambiais e conformidade com leis internacionais. Assim, entender e se preparar para esses fatores é essencial para quem deseja se manter relevante.

O papel da tecnologia no planejamento estratégico

Conforme as soluções tecnológicas evoluem, torna-se possível integrar melhor os sistemas de procurement com outras áreas da empresa, como finanças, logística e jurídico. Isso facilita a visão holística e favorece o planejamento estratégico em supply chain. Entre as ferramentas mais promissoras estão os ERPs com módulos avançados de compras, sistemas de e-procurement, e plataformas de analytics preditivo.

Nesse sentido, a transformação digital não deve ser vista apenas como tendência, mas como requisito básico. Investir em capacitação digital para as equipes de compras também se torna prioridade, pois o valor extraído da tecnologia depende, em grande parte, da habilidade humana em interpretar dados e agir com agilidade.

Gestão de riscos: um novo pilar estratégico

Enquanto muitas empresas antes focavam unicamente na redução de custos, hoje a gestão de riscos em compras ganhou protagonismo. Eventos climáticos extremos, conflitos geopolíticos e crises sanitárias podem interromper cadeias globais, trazendo prejuízos significativos.

Dessa forma, o planejamento estratégico em procurement deve incluir a diversificação de fornecedores, o mapeamento dos riscos críticos e a construção de planos de contingência. Além disso, políticas de resiliência e compliance ajudam a minimizar impactos e manter a operação estável mesmo em cenários adversos.

A importância da colaboração com fornecedores

Outra abordagem que ganha força é a gestão colaborativa de fornecedores. Ao invés de adotar uma postura puramente transacional, empresas buscam construir parcerias estratégicas de longo prazo, focadas em inovação, qualidade e responsabilidade social.

Consequentemente, práticas como SRM (Supplier Relationship Management) e joint business planning se tornam comuns. Essas abordagens permitem maior previsibilidade, confiança mútua e ganhos compartilhados. Profissionais de compras, portanto, devem desenvolver habilidades de negociação e gestão interpessoal mais sofisticadas.


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Estratégias de sourcing para os próximos anos

À medida que o procurement se torna mais estratégico, as empresas reavaliam suas estratégias de sourcing. O conceito de nearshoring ganha relevância, sobretudo em setores que necessitam de mais agilidade e menos exposição a riscos globais. Além disso, o uso de leilões reversos eletrônicos, contratações por demanda e marketplaces especializados ampliam as opções de aquisição.

Em paralelo, a adoção de modelos híbridos de sourcing – que combinam fornecedores locais e internacionais – permite mais flexibilidade e controle. Com isso, o papel do analista de compras passa a exigir uma capacidade analítica mais refinada e domínio de ferramentas digitais.

Indicadores e métricas estratégicas no procurement

Em termos de avaliação, os KPIs tradicionais como preço médio, lead time e volume de compras ainda são importantes, mas há um movimento em direção a indicadores de valor agregado. Entre eles, destacam-se o TCO (Total Cost of Ownership), o índice de satisfação de stakeholders internos, e a contribuição do procurement para os objetivos ESG.

Sob essa ótica, os profissionais precisam alinhar suas métricas com as metas corporativas. Para isso, é necessário utilizar dashboards em tempo real, análises preditivas e relatórios integrados. Isso favorece a tomada de decisão baseada em dados, crucial para o sucesso no médio e longo prazo.

O fator humano e as competências do futuro

Do ponto de vista humano, as exigências sobre os profissionais de procurement mudaram. Hoje, espera-se que dominem não apenas técnicas de negociação, mas também pensamento estratégico, comunicação eficaz e adaptabilidade. Com a crescente presença de tecnologia, habilidades como análise de dados, visão sistêmica e gestão de projetos são cada vez mais valorizadas.

Por consequência, as empresas estão investindo em programas de desenvolvimento contínuo, promovendo uma cultura de inovação e aprendizado dentro das equipes. O sucesso do planejamento estratégico dependerá, em grande parte, da capacidade das pessoas em se adaptar e antecipar mudanças.

Conclusão: como se preparar para os cenários futuros em procurement

Diante de tantas transformações, fica claro que o futuro do procurement será dinâmico, tecnológico e altamente estratégico. A função de compras deixa de ser reativa e se torna uma alavanca de competitividade e inovação. Quem atua na área deve adotar uma postura proativa, buscar atualização constante e alinhar suas ações com os objetivos maiores da empresa.

Nesse sentido, o planejamento estratégico em compras e suprimentos não é mais opcional – é uma necessidade urgente. Preparar-se para os desafios futuros exige visão de longo prazo, investimentos em tecnologia e, principalmente, um mindset colaborativo e orientado a resultados.


Leituras complementares


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