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Data storytelling em compras

Como transformar dados em decisões estratégicas

Você já se perdeu em um mar de planilhas e dashboards tentando convencer sua diretoria a tomar uma decisão baseada em dados? Se sim, está na hora de explorar o poder do data storytelling — uma habilidade que vai além de analisar gráficos. Envolve contar histórias com dados de forma clara, envolvente e, acima de tudo, estratégica. No setor de compras e suprimentos, onde decisões rápidas e baseadas em evidências podem gerar economia significativa e vantagem competitiva, dominar essa técnica é essencial.

Neste artigo, você vai entender o que é data storytelling, como aplicá-lo no setor de compras, quais ferramentas utilizar e como construir narrativas convincentes que geram ação.


O que é data storytelling e por que importa em compras

Antes de tudo, vale explicar o conceito. Data storytelling é a prática de usar dados como base para criar histórias compreensíveis e impactantes. Em vez de simplesmente mostrar KPIs, a ideia é contextualizar números em um enredo que leve à ação.

Ao lidar com negociações complexas, riscos de supply chain e decisões orçamentárias, os profissionais de compras precisam ir além do Excel. Devem mostrar por que um fornecedor representa mais risco do que outro, como uma categoria pode gerar mais savings e o que levou a determinada flutuação de preços.

Com narrativas bem estruturadas, você transforma resistência em engajamento, facilitando o alinhamento entre áreas como finanças, produção e diretoria.


Como o cérebro processa histórias e não planilhas

Enquanto números acionam a lógica, histórias ativam emoções e conexões neurais mais profundas. Nosso cérebro é treinado para entender narrativas — com início, meio e fim — desde a infância. Já gráficos isolados, sem contexto, tendem a ser ignorados ou mal interpretados.

Portanto, ao construir uma apresentação de compras com storytelling, você facilita a retenção de informações, aumenta o engajamento dos stakeholders e torna a comunicação mais persuasiva. Isso é especialmente útil em reuniões onde o tempo é curto e as decisões precisam ser tomadas rapidamente.


De dashboards a decisões: o papel do storytelling na jornada de dados

Embora dashboards e BI tenham revolucionado o acesso a dados, muitas vezes não entregam impacto. Isso acontece porque faltam elementos narrativos. É como entregar um dicionário a alguém esperando que ele entenda uma poesia.

Para corrigir isso, é preciso transformar relatórios técnicos em mensagens estratégicas. Por exemplo, ao invés de mostrar que “o lead time médio aumentou 10%”, você pode construir uma narrativa como:
“Nos últimos três meses, o tempo de entrega dos nossos principais fornecedores asiáticos aumentou 10%, impactando diretamente o prazo de produção de três linhas críticas. Isso representa um risco potencial de perda de faturamento estimado em R$ 1,2 milhão.”

Note como o contexto e o impacto são claros. E mais importante: isso gera urgência e ação.


Estrutura básica de uma narrativa com dados

Toda boa história segue uma estrutura básica:

  1. Situação atual (onde estamos)
  2. Conflito (qual o problema)
  3. Resolução (o que pode ser feito)

Em compras, esse modelo pode ser aplicado de forma objetiva. Veja um exemplo:

  • Situação: O índice de ruptura em uma categoria cresceu 15%.

  • Conflito: Esse aumento se deve à concentração de compras em um único fornecedor, que sofreu com falhas logísticas.

  • Resolução: Diversificar a base de fornecedores pode reduzir em até 30% o risco de ruptura em três meses.

Esse tipo de abordagem facilita o entendimento do problema e da solução sem sobrecarregar o receptor com números brutos.


Como identificar as histórias por trás dos dados de compras

A maioria dos dados de compras possui histórias escondidas, esperando para serem contadas. Para identificá-las, siga alguns passos:

  • Observe tendências: Quais indicadores vêm se repetindo ao longo dos meses? Há sazonalidades?

  • Compare segmentos: Um fornecedor entrega melhor do que outro? Por quê?

  • Busque anomalias: O que fugiu do padrão? A mudança é positiva ou negativa?

A partir dessas análises, é possível construir narrativas significativas. Por exemplo:
“Nos últimos seis meses, fornecedores locais reduziram o lead time em 20%, enquanto os internacionais aumentaram em 12%. Isso indica que políticas de nearshoring podem ser mais eficientes em determinadas categorias.”


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Ferramentas que facilitam o data storytelling em compras

Não basta apenas ter dados — é preciso traduzi-los em visualizações e mensagens claras. Algumas ferramentas que ajudam nesse processo:

  • Power BI: Permite criar dashboards interativos com foco visual.

  • Tableau: Ideal para visualizações mais sofisticadas e dinâmicas.

  • Google Data Studio: Gratuito e prático para relatórios rápidos.

  • Canva: Útil para apresentações visuais de dados mais simples.

  • Storytelling Canvas: Um framework para estruturar sua narrativa com dados.

Essas ferramentas ajudam a apresentar dados com mais clareza, além de facilitar a compreensão por parte de gestores não técnicos.


Exemplos práticos de storytelling aplicados ao setor de compras

Caso 1: Redução de custos com fornecedores indiretos

Narrativa:
“Em uma análise da categoria de serviços gerais, identificamos que o custo médio por fornecedor era 28% superior ao benchmark do setor. Isso se deve ao excesso de contratos pulverizados com diferentes prestadores. Centralizar os serviços em um único parceiro homologado pode gerar uma economia de até R$ 400 mil ao ano.”

Caso 2: Risco de ruptura em cadeia de suprimentos

Narrativa:
“A dependência de três fornecedores para peças críticas representa 72% do volume comprado. Dois deles estão localizados em regiões com alta instabilidade política. Esse cenário aumenta o risco de interrupção na produção. Ao diversificar nossa base, reduzimos esse risco em 46%.”

Caso 3: Performance de negociação

Narrativa:
“Nas últimas oito rodadas de negociação, 61% das propostas que utilizaram benchmarking de mercado conseguiram descontos acima de 12%. Já as negociações feitas sem referência externa tiveram performance inferior. Isso mostra que estratégias baseadas em dados entregam melhores resultados.”


Como desenvolver a habilidade de contar histórias com dados

Assim como qualquer soft skill, o storytelling precisa ser praticado. Algumas formas de desenvolver essa competência:

  • Leia bons relatórios e apresentações: Observe como grandes empresas estruturam seus dashboards e relatórios executivos.

  • Pratique com seus próprios dados: Pegue um relatório mensal e reescreva-o como se fosse uma notícia para o CEO.

  • Participe de treinamentos e workshops: Existem cursos específicos sobre data storytelling aplicados a negócios.

  • Peça feedback: Mostre suas apresentações a colegas de outras áreas e veja se a mensagem foi clara.

Com o tempo, você começará a construir narrativas com mais fluidez e segurança.


Dicas finais para aplicar data storytelling em compras com sucesso

  1. Foque na mensagem, não nos dados: O objetivo é gerar entendimento, não mostrar tudo o que foi analisado.

  2. Adapte o tom ao público: Uma apresentação para o time técnico não é igual a uma para a diretoria.

  3. Use visuais com propósito: Gráficos devem facilitar, nunca complicar.

  4. Evite jargões técnicos: Prefira termos simples e objetivos.

  5. Conte uma história com começo, meio e fim: Isso cria conexão e facilita a ação.


Conclusão: quem conta bem seus dados, lidera as decisões

Data storytelling não é uma moda passageira. É uma competência essencial para quem deseja influenciar decisões estratégicas e se destacar no universo de compras. Em um cenário onde dados estão por todos os lados, o diferencial está em quem sabe transformar números em narrativas.

Ao dominar essa habilidade, você não apenas melhora a qualidade das suas entregas, mas também se posiciona como um profissional indispensável na jornada de transformação digital do setor de suprimentos.

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